CAIR E LEVANTAR – Quando Resgatar a Nossa Criança?

Aos que já me conhecem, sabem que eu ministro palestras. Nesse universo, quando vamos dar início as nossas falas, algumas vezes, usamos técnicas de quebrar gelo – para despertar a atenção da plateia, ou fazemos perguntas para gerar engajamento com o público-alvo.

O intuito das perguntas também pode ser o de criar identificação e interesse pelo assunto ou o de trazer reflexões sobre o tema que iremos discursar. No entanto, certa vez, na condição de ouvinte, participei de um treinamento em que o palestrante perguntou: “Quem de vocês aqui, vão alcançar seus objetivos? Diga EU”. Nesse momento, a grande maioria Gritou EU, menos eu, que tomei foi um susto ao ser pego desprevenido. Mas, na mesma hora pensei: A turma aqui está afinada e animada, pois a resposta foi imediata. Porém, descontente, o conferencista pôs-se a perguntar novamente, dizendo que a plateia não o convenceu. Incrédulo, eu via amídalas nervosas que saíam das bocas, ecoando um intenso EUUUU que, se duvidar, faria até surdo escutar. Daí refleti: Agora sim, a galera fez por merecer a confiança do treinador. Será?

Ledo engano, porque para o meu espanto, o homem possuído e com um olhar perturbador, ainda retrucou: “É só isso que vocês têm para me dar? É com essa “apatia” (como assim???) que querem alcançar seus objetivos?” E nessa hora, o chão estremeceu, quando o substituto do capeta abriu os braços e se esgoelou a reforçar: “QUEM DE VOCÊS QUE ESTÃO AQUI, VÃO ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS? DIGA EUUUU”. Gente, como posso traduzir o que vivi. Por ser tetraplégico, estourei os meus tímpanos, pois não pude levar as mãos aos ouvidos. Agora, tetra e surdo – dei continuidade aos estudos e aprendizados do evento.

Brincadeiras à parte, trouxe deste episódio, duas reflexões positivas.

1ª – Como torna-se “hilário”, a quantidade de vezes que precisamos ser estimulados e motivados, para alcançarmos o nosso potencial máximo. Pois, de fato, cada vez que o palestrante desafiava e motivava a turma a gritar mais alto, o coro se intensificava. Provando que, sempre podemos mais. O questionamento que fica é: Por que quando fazemos algo pela primeira vez, dificilmente atuamos na nossa Melhor Versão? Raramente damos o nosso máximo. Faz-se realmente necessário, que alguém nos motive, cutuque ou impulsione umas 10 vezes para percebermos que conseguimos ir além. Acontece que, nem sempre a vida vai nos dar outra oportunidade para conquistarmos nossas metas. E para quem gosta de se capacitar em treinamentos, é bom refletir que, ao sair de lá, o Mentor não irá lhe acompanhar até em casa para continuar incentivando. Nesse momento, você estará só. E o que vai acontecer, você irá desistir? Será que sempre iremos precisar de uma pessoa para nos motivar? Ou seja, até quando seremos dependentes de alguém?

2ª – Na última palestra que ministrei, eu citei que: Devemos desenvolver a nossa confiança de DENTRO PARA FORA. Porém, na maioria das vezes, estamos correndo atrás de motivadores externos, sejam eles gurus, ídolos, líderes, oradores, instrutores etc. Alguém que nos ofereça fórmulas mágicas e rápidas. Ou que nos guiem por qual caminho devemos seguir ou quais decisões devemos tomar. Isso ocorre, porque nos tornamos adultos dependentes, reféns da nossa insegurança, medo e sentimento de incapacidade. No entanto, REPITO, ao sairmos de um “treinamento”, estaremos novamente SÓS. Logo, até quando vamos precisar de alguém que nos ajude a levantar? Esta dependência, não é humana. A prova disso, é a própria criança, que mesmo caindo mil vezes, nunca pensou em desistir de andar. Este fenômeno se dá, por ela ainda “desconhecer” em sua totalidade, o significado das palavras – parar, desistir e desacreditar. Desse modo, desenvolver a confiança de DENTRO PARA FORA, nada mais é – do que – resgatar certa fase da nossa infância, em que, somos imparáveis devido à ausência de crenças limitantes.

Por isso, acreditar nas possibilidades e persistir – são competências fundamentais e naturais de todo aquele que quer alcançar seus OBJETIVOS.

Entretanto, não sou contra buscarmos recursos externos, até mesmo porque, eu estudo e me preparo para repassar conhecimentos que impactem e transformem vidas, através de uma mudança na nossa forma de Pensar e Agir diante dos desafios. Porém, vejo muitas pessoas, que nunca se sentem prontas e, passam uma vida inteira, em busca de mudanças de fora para dentro, sem perceber que, embora possamos contar com o universo e os outros, na realidade, nascemos sós e destinados a conquistar a nossa própria independência.

Nesse sentido, independentemente da área em que você se sinta preso, perdido ou abandonado, é chegada a hora de cortar o cordão umbilical e acordar o adulto que um dia já foi criança e sonhou e acreditou que poderia voar, salvar e conquistar o MUNDO. Afinal, nós somos o somatório de infinitos repertórios que adquirimos ao longo da nossa existência. Logo, sempre poderemos acessar os nossos recursos internos, ao nos permitirmos um novo olhar voltado ao autoconhecimento. Pois, na maioria das vezes, o que na verdade nos falta – é AUTOCONFIANÇA.

Márcio Vaz
Palestrante, Psicólogo e Coach
www.marciovaz.net

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