O SEU MAIOR DESAFIO. Você sabe qual é?

“Saiba que são suas decisões e não suas condições que determinam seu destino”. Tony Robbins

Durante muito tempo em minha vida, estive inativo profissionalmente, pois, após um acidente que me deixou tetraplégico, assumi temporariamente a condição de inválido. Foram exatamente 10 ANOS parado, sem acreditar que uma pessoa que só mexesse a cabeça pudesse agregar valor no mercado de trabalho.

Nesse período, adotei um discurso de TEMPO PERDIDO, em que me doía reconhecer que “demorei tempo demais” para voltar à ativa. No entanto, eu mal sabia, que algo novo iria se revelar, onde eu aprenderia que, nada é por acaso e nenhum mal perdura para sempre. Logo, todos nós temos TEMPOS DIFERENTES para MATURAR as LIÇÕES que as nossas DIFICULDADES tendem a nos apresentar.

Portanto, compreenda que, a sua relação com o tempo e o arrependimento, converge em três máximas: “nunca é tarde para recomeçar”, “antes tarde do que nunca”, porém, “quanto antes melhor”. Por isso que lhe escrevo na intenção de promover a reflexão e o autoconhecimento. Pois acredito, que só quem conhece a si mesmo, retira melhor proveito das circunstâncias, do tempo e dos relacionamentos.

Destaco aqui dois aspectos que se tornaram fundamentais para que o meu retorno ao mercado fosse promissor:

1. O primeiro ganho que tive foi INTRAPESSOAL – através do autoconhecimento que adquiri no contato com a dor. Pois, embora nós não precisemos sofrer para aprender, infelizmente ou felizmente é na dificuldade que nos tornamos mais introspectivos, entrando em contato consigo mesmo. Ou seja, ao enfrentarmos dificuldades, somos mais reflexivos e questionadores dos porquês, “paraquês” e o que fazer diante das circunstâncias que nos desafiam? Passamos a ter mais contato com as nossas forças e fraquezas, além de observar mais as oportunidades e as ameaças que a vida nos apresenta. Até mesmo porque, vivemos em um mundo de ganhos e perdas em que alegrias e tristezas revezam-se a todo momento.

2. O segundo ganho que tive foi INTERPESSOAL – ao entrar em contato com o âmbito espiritual. Pois, apesar de prolongada estagnação profissional, desde cedo estive engajado ativamente, com o aprendizado que a religiosidade me trouxe através de uma reforma íntima. Isto é, aperfeiçoei-me espiritualmente, me preparando teoricamente para os desafios que as relações interpessoais nos apresentam na prática. Afinal, o contato com o outro, seja em casa ou no trabalho, não é uma tarefa fácil, uma vez que nos convida a trabalhar algumas virtudes e habilidades como: indulgência (se colocar no lugar do outro, não exigindo perfeição, uma vez que se compreende na condição de imperfeito), paciência, tolerância, respeito, compreensão, perdão, comunicação assertiva, escuta atenta etc.

Enfim – Somos Seres de Relações – são das interações que surgem todos os aprendizados. Motivo pelo qual é tão difícil conviver com o próximo, porque existe um abismo entre teoria e prática, ou seja, entre o que sabemos e o que fazemos. Não sendo fácil fazer essa transição, pois são nas relações que somos colocados a PROVA. Somos apresentados a TEORIA Cristã e a EFETIVAMOS no contato com os outros. Sem a EXPERIÊNCIA da CONVIVÊNCIA não teríamos como APRENDER a perdoar, amar, ser indulgente, paciente, tolerante, caridoso etc. Ciente disso, tenha muito cuidado ao pedir a Deus mais Paciência, pois Ele irá lhe enviar pessoas difíceis; ou ao pedir Resiliência, porque Ele irá lhe encaminhar Adversidades etc.

Por isso, gosto da analogia que compara a nossa passagem espiritual na terra, com uma escola, cujo intuito é o APRENDIZADO para EVOLUIRMOS intelectualmente e espiritualmente, concomitantemente. Desse modo, as provas aplicadas nas escolas são a “comprovação” prática de que se “aprendeu”, em partes, a teoria apresentada. Da mesma forma, as dificuldades relacionais que ocorrem ao longo da vida, servem como teste do nosso aprendizado e crescimento espiritual. Isto é, na escola aprendemos uma LIÇÃO para fazer uma PROVA, já na vida real passamos por diversas PROVAS para aprendermos algumas LIÇÕES.

Apesar de estarmos sempre a orar por dias incríveis, nem só de tranquilidade deve viver o “homem”, pois acredito piamente na frase que diz: “Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. O que não quer dizer que devamos buscar tempestades, mas sim, enfrentar as adversidades que não pudermos evitar. Logo, uma vida PLENA é como um Filme que se assiste sem Ação, Drama ou Suspense. Na metade, ou você dorme, ou desiste. Nesse sentido, não se apegue ao que é cômodo por ser mais seguro e confortável, DESAFIE-SE ajustando suas velas rumo ao seu verdadeiro propósito de vida. Até porque, a vida é muito curta para ser desperdiçada.

Reflita, uma vida monótona com ausência de PROVAS nos PRIVARIA o APRENDIZADO necessário para a nossa EVOLUÇÃO. Logo, se você tem fé, abrace as dificuldades e supere-as. Pois na vida, nada vem de graça, sempre haverá um preço a pagar. Eu não tenho dúvidas de que quanto mais aprendo, mais me sinto preparado para enfrentar novos desafios. Por isso, prepare-se, porque a crise, aparece para todos, mas os mais capacitados serão menos prejudicados.

Continue firme e mantenha-se paciente e resiliente, pois entre a plantação e a colheita, existe o tempo necessário para germinar. Um dia perceberemos que muitos dos nossos tormentos, serão as histórias de superação que mais teremos orgulho de contar.

Tudo depende de como você encara um desafio. Com o olhar de Solução ou Problema? Vitória ou Derrota? Aprendizado ou Martírio? Etapa a ser vencida ou Obstáculo intransponível? Seja um otimista, sem negar a dificuldade, mas pense sempre positivo acreditando na sua capacidade.

Márcio Vaz
Palestrante, Psicólogo e Coach
www.marciovaz.net

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